Tanto tempo passou.
Crescemos. Envelhecemos e enlouquecemos um pouco. Alargamos o coração. Geramos mais uma vida. Atingimos limites de cansaço que nunca pensaríamos ser capazes. Inventamos sempre novas formas de perseguir os nossos sonhos. Construímos uma cabana no campo para onde fugimos sempre que precisamos do cheiro da terra, de dançar à lua ou de ficarmos hipnotizados pelo fogo. Tentamos desvendar quem somos hoje, como pais e como pessoas individuais, o que deixamos para trás porque já não nos serve, o que queremos recuperar, o que queremos descobrir. Falamos calma e convictamente sobre nós, também nos zangamos e discutimos sobre o que queremos que mude. Percebemos sempre que no momento seguinte o amor continua lá e aprendemos a segui-lo, como quem segue duas mãos pequeninas que nos pedem para irmos com elas e nos acalmam o coração.


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