O frio do Norte



Não hesitei perante a oportunidade de passar uns dias no mais a norte que o nosso país tem, com os termómetros a descerem abaixo do zero.
Mochila cheia de camisolas quentinhas e roupa para vestir em camadas - estratégias aprendidas para sobreviver ao frio durante os dois anos a viver nas montanhas, luvas, gorros, livros e tricot.
Sempre fui da cidade, sempre fui do mar. É por isso com surpresa que sinto, nestes últimos anos, esta tranquilidade, que chega a ser uma necessidade, de tempos a tempos fugir para o campo, para as àrvores, para a natureza. Para onde não há barulho nem pressas, para onde as pessoas se olham com curiosidade, onde querem saber mais de ti. Onde conheces onde começou tudo o que comes - a carne, as couves, o mel, os ovos, o azeite. Onde há uma mezinha caseira para cada indisposição.
Onde o frio nos aviva, de tão fresco. Onde as noites têm céus tão carregados de estrelas que parece que nos vai engolir. Onde o único relógio que importa é o sol.


"Everybody needs beauty as well as bread, places to play in and pray in, where nature may heal and give strength to body and soul" John Muir







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