Manhãs




Praticamente todos os dias, faça chuva ou sol, saímos de casa em direcção ao Parque. Deixo-o sempre escolher. Normalmente sai de casa, dá uns passos para a esquerda e pára para me assegurar que o estou a seguir. Está escolhido, é para lá que quer ir.
Todos os dias andamos pelo meio das árvores, cavamos buracos na terra, lançamos folhas pelo ar, encontramos outros cães quase sempre mais novos, que fazem o Óscar correr uns minutos até perceber que está em desvantagem quando o assunto é velocidade e distrai-se com qualquer outra coisa.
Paramos para beber água no bebedouro quase à entrada, vamos uns instantes ao canteiro com uma relva que não se pode calcar (?), até o segurança aparecer e nos dizer que aí não podemos estar. Também nos relembra que naquela parte temos que pôr trela, como se isso fosse preciso para alguma coisa...
Seguimos em passo já cansado para casa, passamos mesmo à porta da mercearia onde o sr. costuma pôr migalhas de pão às pombas e onde o Óscar tem sempre esperança de encontrar um pedacinho esquecido para ele.
Vamos conversando pelo caminho, sob alguns olhares admirados que não percebem estas coisas mágicas que se dão entre quem se gosta muito.
Guardo os dias passados com o Óscar como diamantes e os meus olhos brilham quando alguém na rua me diz "tive um que durou até aos 19!".

E quando me sento com ele e o encho de festas até o pôr a 'ronronar', estou-lhe a agradecer as lições que ele me dá, todos os dias!

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