Simplicity Parenting



Fui dar ao livro através deste post, que me levou a este (li este blog quase de uma ponta à outra e fiz foward de vários posts estratégicos na altura de 'destralhar' a casa). 

A curiosidade foi muita e não resisti a comprá-lo - deixar escapar um livro que defende o que eu penso? Nem pensar!

Uns dias depois já estava na caixa do correio (assinalar que foi o primeiro envelope com o meu nome a chegar à nova morada!!!).

Uma das coisas que mais me angustia é a corrida desenfreada dos dias, a sensação que o tempo nunca chega, que há meses que passam sem darmos por ela (alguém acredita que o Verão já está a acabar?) e que são tão raros os momentos que passamos com quem gostamos sem termos horários a cumprir. 

Há cerca de cinco anos atrás tive, por motivos profissionais, que viver dois anos numa das cidades mais pequenas, mais frias e na minha opinião mais desinteressantes de Portugal. Conhecer pessoas nao foi fácil, ocupar todo o tempo livre era uma tarefa quase impossível para quem saía às 5 da tarde. A solução foi abrandar. Dar atenção às coisas para as quais quase nunca temos tempo. Ler muito. Ver centenas de filmes. Passear sem rumo. Inventar coisas novas para fazer. Fazer outras como se fosse um privilégio. 

Não vou mentir - não tenho saudades desses dois anos e não queria, por nada, voltar lá. Mas dessa calma, dessa sensação de relógio parado, disso... sinto falta. 

E se esta velocidade contínua, esta azáfama de tarefas, programas, actividades, nos 'stressa' a nós adultos, que impacto terá numa criança?

Digo muitas vezes, meio a sério meio a brincar, que quando tiver filhos vou criá-los no campo. Não é que desgoste da cidade ou de estar perto dos meus e do mar... mas bem que gostava de ter mais controlo sobre a força que o mundo lá fora e o relógio têm sobre as nossas vidas. 

Por tudo isto, o livro tem estado pousado pelas mesas lá de casa. Para ir lendo, para partilhar, para reflectir, absorver e quem sabe conseguir mudar algumas coisinhas, e ir passando a perna ao ritmo desenfreado que vem de lá de fora, e às vezes de dentro de nós. 

Voltarei, de certeza, comentar o que vou lendo, mas por agora deixo apenas duas citações: 

"Too much stuff leads to too little time and too little depth in the way kids see and explore their world."

"Relationships are often built in the intervals, the space between activities, when nothing much is going on."


Sem comentários: