Weekend delights

As últimas semanas têm sido agitadas e preenchidas com muitos sacos de mudanças, esquemas para montar móveis, corrida a lojas de velharias na esperança de encontrar relíquias perdidas, planos aprofundados de gestão do espaço, dias inteiros a destralhar a casa (desde que conheci esta palavra, não me tem saído da boca!) e negociações estratégicas sobre atribuição de gavetas e furos nas paredes.

Entre o cansaço físico, a pesada constatação de que temos sempre coisas a mais e nem sempre é fácil desligarmo-nos delas, alguns momentos de impaciência porque a tarefa parece não ter fim e outros de pânico pela descoberta de que uma coisa de sempre já não está ali  - sendo que, quanto a isto, as reacções passaram do "puseste fora a minha caneca de pequeno almoço???", "mas... ainda ficamos com umas 15 (!!!) e aquela estava toda riscada!", "MAS ERA A MINHA PREFERIDA!!!!" para "Olha... os copinhos pequeninos de licor já não existem cá pois não?"

[um parentese para recordar uma das minhas limpezas a eito ainda em casa dos meus pais, em que deitei fora uma escova de cabelo que já tinha os dentes dobrados de tão velha, e recebi, com surpresa, um forte protesto do meu pai, que é careca desde que o conheço. Só aí descobri que a escova era usada e que era a sua preferida, o que ainda deu origem a amuo quando me apressei a comprar uma nova, que foi de imediato rejeitada, porque 'a outra é que era'. Atrevo-me a dizer que não se conhece verdadeiramente alguém até ter que decidir em conjunto o que pôr fora! :) ] 

Resumindo... semanas com muitas tarefas, que apesar de logisticamente chatas, nos deixam com sorrisos nos lábios e momentos de apertos bons quando, no meio dos caixotes percebemos mesmo o que está a acontecer - "isto é mesmo real não é?", pinceladas até mais do que seria de esperar com jantares cheios de gente, de comida boa, de brindes e de boas surpresas.  

Com tanta coisa, o que tem ficado em débito são as horas de descanso e de sono que ai é tão bom e preciso tanto que já não vejo nada à frente. 

Posto isto, hoje a minha mente funciona em estilo relógio em decrescendo, daqueles com dígitos gigantes, a contar os segundos para sair do trabalho, pegar na mala, nos meus mais que tudo e rumar à Costa para um fim de semana que se espera de dolce fare niente, e com muitos momentos a fazer parar o relógio. 

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